terça-feira, 2 de novembro de 2010

O influenciador da vida venezuelana: Hugo Chávez

Renda do petróleo utilizada no financiamento de programas populistas, reformas que aumentaram a participação do Estado na economia, nacionalização de empresas estrangeiras, apoio a grupos terroristas e manobras forçadas para perpetuar o governante no poder. Não era preciso ser um grande especialista em política internacional para suspeitar de que, cedo ou tarde, essa história não teria um final feliz. Atualmente, um conjunto de indicadores mostra que a conta política, social e econômica da vastíssima relação de barbaridades cometidas por Hugo Chávez na Venezuela começou a ser cobrada. O país convive atualmente com problemas como uma das maiores taxas de inflação da América do Sul, seguidos apagões provocados por uma crise energética e uma fuga em massa dos investimentos estrangeiros .Para uma nação que vinha crescendo a taxas de quase dois dígitos no vácuo da alta de preços do petróleo, o cenário futuro é hoje cercado de pessimismo. A queda no crescimento e na renda da população mais pobre aparece hoje como seu principal inimigo político.





Alguns dos problemas atuais já vinham se acumulando nos últimos anos no país e, com a chegada da crise global, a situação se agravou. Devido ao medo da recessão mundial, a cotação do barril do petróleo caiu pela metade. Os reflexos foram imediatos para a Venezuela, onde o petróleo é o principal produto de exportação. Mas não é impossível que os preços caiam ainda mais ao longo do próximo ano, levando consigo boa parte da economia venezuelana.


Essa situação delicada é fruto da gastança promovida por Chávez com o objetivo de promover sua "revolução bolivariana". Desde que ele assumiu o poder, em fevereiro de 1999, a dívida pública dobrou, chegando hoje perto do patamar de 75 bilhões de dólares. Ou seja, mesmo numa fase em que ocorreu a maior enxurrada de petrodólares da história do país, as contas do governo só se deterioraram. A relação de desperdícios com políticas de eficácia duvidosa ou delírios ideológicos é enorme. Vai desde os gastos com as chamadas "misiones", como foram batizados os programas sociais de Chávez que incluem subsídios a alimentos e remédios, até uma série de ações para ajudar aliados políticos.

Nos anos de Chávez, setores como o de infra-estrutura ficaram praticamente abandonados. Uma das principais conseqüências desse descaso é a atual crise energética que atinge o país. Nos últimos meses, três grandes apagões ocorreram na Venezuela. Nos últimos anos, o crescimento na demanda energética do país tem sido de 5% a 7% por ano. Os investimentos do governo não acompanharam essa evolução. A maior parte das usinas que geram energia com o gás natural, por exemplo, está obsoleta, com média de mais de 25 anos de operação. Chávez disse que seu governo investiria 10,3 bilhões de dólares em 42 projetos para aumentar em mais de 30% a capacidade de geração de energia até 2013. Até agora, porém, quase nenhuma dessas obras saiu do papel. 

* Chávez está vendo que, quando o capitalismo mundial vai mal, a Venezuela e ele próprio sofrem as conseqüências.

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